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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mar

Me perco nas tuas ondas,
de idéias tão belas
que impulsionam com força
as palavras que comandas.

Sucumbo ao encanto
da palidez fantasma
que esconde os mistérios
de todas as almas
que sufocam
afogadas
dentro de ti.

Me encontro no brilho
opaco do teu humor
vitral,
no oblíquo das janelas
que encaram
o abismo,
e penetram
o profundo da dúvida.

E em hipnótico domínio
me tens, sugado
pelos cantos que ecoam
a arte,
a vida,
o grito eterno
dos poetas.

Envolto pelo cair
das marés, cujos giros
compassam em harmonia
com a Lua e suas fases,
me abandono em prazer
e me submeto a teus caprichos,
vivendo à deriva de tua mercê.

E quando me recupero
dos golpes da tormenta maior,
(a distância improvável)
quero a ti me fundir
no infinito;
a torrente dos meus anseios
a fluir como ímpeto destino
no delta do teu ser.

Um sonho eterno
de retorno,
de ser visto,
de abraçar-te com zelo,
de somar o meu sal
à tua água densa.

Um sonho infantil
de carícias
eróticas,
platônicas,
utópicas,
fantásticas;
um conto
de faz-de conta,
de um amor
impossível.


--
Esse eu dedico à languidez, aos corações serrados e costurados. Dedico a todos aqueles que já tiveram um porre para esquecer as dores do amor, da angústia, da vida. Mas acima de tudo, dedico a todas as minhas musas inspiradoras.

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