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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Duvet




Bôa - Duvet


And you don't seem to understand
A shame you seemed an honest man
And all the fears you hold so dear
Will turn to whisper in your ear
And you know what they say might hurt you
And you know that it means so much
And you don't even feel a thing

I am falling
I am fading
I have lost it all

And you don't seem the lying kind
A shame that I can read your mind
And all the things that I read there
Candle lit smile that we both share
And you know I don't mean to hurt you
But you know that it means so much
And you don't even feel a thing

I am falling
I am fading
I am drowning, help me to breathe
I am hurting
I have lost it all
I am losing, help me to breathe



...para os momentos em que tudo o que você precisa é um pouco de conforto. Uma clássica para os momentos de melancolia.


A propósito, "duvet" é edredon... Boa viagem.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Poema rápido (sem título)

[sem título]

A dor dura
enquanto dói.

A dó dura
nem santo mói.

Amargura
tanta só destrói.

A cada lâmina,
a sua chaga.

Oh, Fé, conjura
o ânimo morto!

Querida Cura,
Tomai meu Corpo!

(7/5/2011)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Poema - Resolução


Resolução

E quem diria,
cá estamos.
O que seria,
já restamos.

E o tempo não parou,
para nenhum de nós.
E o tento são armou
uma reserva, um pós.

Das revoluções sonhadas
às dimensões previstas.
Das evoluções sorteadas,
as diferenças perdidas.

Ante o plausível, o formidável.

Os desejos oportunos,
os medos sorrateiros,
as pelejas solitárias,
os anseios compartidos.

Tudo que passou,
o luto e a luta vencidos,
o mundo sagrou
o culto e a cura, merecidos.

Que se faça no momento
o garbo e a graça do memento.

Não há tempo para ser razoável,
Este é o ponto exato, inegável
da ação, da mão, do coração.

(23/04/2011)

sábado, 7 de maio de 2011

Um tributo às coisas nobres...

A lenda do herói e da princesa

O Destino nos uniu,
não seria diferente,
cada tino vital atraiu
a alma outra, carente.

Forças distintas, não opostas,
que se somam para cumprir
as razãos de nossas propostas,
os anseios do nosso existir.

Ainda assim éramos tão imaturos,
não prevíamos as pedras, os apuros.
Dotados de vontade, mas pequenos
inocentes, frágeis, tolos, ingênuos.

Crianças que sonharam
com seu grande lar perfeito,
de beleza, justiça e respeito.

Mas as divindades finórias
lançaram então sua chalaça.
Teste de fé às futuras glórias,
a provação e uma rechaça.

E o caminho que era certo,
exato, objetivo e previsível
foi partido ao meio, aberto
em dois, à mercê do possível.

Você teve que bater em retirada.
Sua angústia foi vencida pelo medo,
a iminência do perigo na alvorada.
Mas os lábios não calariam tão cedo.

Meu temor também foi enorme.
Depois de tanta pugna e fadiga,
tal partida inexplicada, sem nome
feriu como lâmina vil na barriga.

Nosso plano foi destruído
por quem havia nos únido.
Severa, crua e infalível punição
por nossa insolência e pretensão.

Não houve alternativa breve,
fomos obrigados a viver
com o que nos foi entregue.

Me refugiei no templo do Tempo.
Meu espírito adormecido por sete anos,
e meu corpo a envelhecer em novos panos.

Enquanto isso você fugia
de novos e velhos inimigos,
entre riscos e nostalgia.

Cresci sempre me preparando
para o momento ideal, definitivo.
E você o tempo todo lutando
por liberdade, ante o imperativo.

Eu, a vencer meus temores
em toda pequena batalha feita grande,
decisiva, real, necessária, importante.

Você a calejar seus dedos
em tanto confronto sangrento, cruel,
a ganhar cicatrizes e provar do fel.

Assim foi o despertar decisivo de cada alma infante.
A minha, em um homem correto, fiel, porém errante;
a sua, na mulher que carrega o guerreiro no semblante.

Mas a providência nunca falha
àqueles que vivem sem receios.
As deusas relançaram a malha
da Sorte sobre nossos anseios.

E sete anos mais tarde,
outra vez a chama arde...

Como um garoto que procura
dos seus dez aos seus dezessete,
sua força interna e sua bravura.

Como uma mulher que almeja,
dos seus quinze aos vinte e dois,
sentir o resultado de sua peleja.

Sete anos depois,
descobrimos;
não somos tão fracos
como pensamos,
nem tão fortes
como mostramos.

E voltamos a buscar, no amor e na cumplicidade,
a sabedoria, a coragem e a força necessárias
para que mudar este mundo seja uma verdade.

(A verdade se revela a quem fecha os olhos para vê-la.)

(7/5/2011)



*nerd mode ON*






sexta-feira, 6 de maio de 2011

Poema - Os dias vãos


Os dias vãos

Já andei muito por aí,
sem saber ao certo,
sem me decidir...

A toda hora eu caminho
por lugares esquisitos,
estranhos, até bonitos,
mas sempre os mesmos.

Tentei até atravessar,
andar do outro lado,
e a vista diferente
não me foi suficiente.

Cada passo contra o chão
parece esforço em vão...
Se não caminham comigo,
eu já não encontro os sentidos.

Parece que sempre foi assim
eu a fugir da minha vida
e ela a fugir de mim,
indiferente, atrevida.

Talvez estivesse ela também a buscar
alguém que a encontrasse.

(30/042011)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Poema - Feira das vaidades


Feira das vaidades

Eu me canso do mundo
quando me atiro adentro
e me lanço no profundo
lodo sujo, fedorento.

Mentiras das mais toscas,
ridículas alegrias falsas.
Banquete para moscas,
cutículas, alergias, calças.

Mais banal que banana
gente boçal que não me engana,
pra tolo, burro e trouxa,
tudo que brilha é ouro, encanta.

Só eu não me contento com o que é vil?
O que não é puro não me toca.
Só eu que me atento ao que ninguém viu?

E será que adiantar reclamar,
sentar, escrever, divagar;
escrever versos tolos e rimar?

Admito minha culpa nessa história
em que tudo é sujo, é feio, é escória.
Não sou melhor que ninguém,
não estou e nunca estive aquém.

Também queria eu ser mais feliz,
ser seguro, como quem sabe o que diz;
dar mais cor à minha vida, ser pavão,
enfrentar meus medos, me gabar em vão.

Também sou eu vítima e culpado,
nunca a acreditar, vivendo atado.

Queria eu saber fingir,
mas continuo com a dor
e com ela fico a fugir
em busca do próprio amor.

(30/04/2011)

domingo, 1 de maio de 2011

Oi... de novo.

(AVISO: POST GIGANTE!!!)

Eu andei sumido, mais uma vez.
Desde que voltei, ou melhor dizendo, fui pra Piçarras, minha vida tem dado guinadas incríveis.
Fatos inusitados, alguns inacreditáveis, outros até surreais... ainda tá sendo difícil processar tanta coisa.
Muitos lugares, muitas viagens (literais e figurativas), muitas pessoas e muitas experiências...



Pra resumir bem sucintamente, resolvi me dedicar de coração à ocupação de desempregado. Nem imposto de renda eu fiz porque minha renda ano passado foi tão pouca que eu sou isento! Hahahaha...



Além disso, comecei o ano com muitos planos, a maioria é uma batalha diária para sair da idéia e colocar em prática. Andei fazendo alguns cursos, aprendendo algumas coisas, mas até agora confesso que ainda não apliquei praticamente nada do conhecimento que venho obtendo. Parece que eu voltei para um velho ciclo de estagnação, passividade e preguiça extrema.



Por outro lado, como eu já disse, algumas coisas surpreendentes aconteceram, ou melhor, estão acontecendo. Velhos (e importantes) laços que estão sendo reatados, e uma atividade que tenho levado a sério recentemente.



Hoje já posso afirmar sem receios: agora sou definitivamente o novo baixista da Berzek. A banda havia carinhosamente me convidado a me juntar a eles quando voltei da minha primeira temporada em Piçarras. A princípio eu seria como um substituto meio estepe/quebra-galho. Cheguei a tocar com eles algumas vezes, mas aí foi tanta viagem, festa, curso e compromissos que acabei sendo displicente com a banda. E então, o inevitável aconteceu: a vaga de baixista estava oficialmente aberta. Eu não sei se eu seria escolha mais lógica e sensata ou se eu deveria sequer ser uma escolha. De qualquer forma, a Berzek decidiu me dar essa oportunidade e carinhosamente reforçaram o convite para que eu fizesse parte da banda integralmente (com todas as responsabilidades, deveres e obrigações que isso implica). E é claro, eu não podia (nem queria) recusar.



Não foi porque me deram uma segunda chance, ou porque eu achasse que merecia (pelo contrário, nem eu acharia isso)... foi porque são meus amigos e eu os amo (sem viadagem). Foi mais do que isso: era uma oportunidade única, imperdível, de fazer algo que gosto com pessoas que gosto. Foi a chance que eles me deram e a chance que eu resolvi dar a mim mesmo de ser alguma coisa, de realmente me esforçar para conseguir algo, de levar alguma coisa a sério nessa vida, de realizar, produzir algo de fato. E depois de tamanho(s) gesto(s) de consideração e carinho, seria muito cretino de minha parte abrir mão dos meus e dos nossos sonhos por medo, insegurança ou egoísmo.



E agora eu estou, pela primeira vez em muito tempo, me dedicando de fato a alguma coisa. Me dedicando de coração mesmo... e corpo, mente e alma... e dedos, e calos e dores de cabeça. E ouvidos.



O mais engraçado, na verdade, é como isso tudo é maluco e como, de certa forma, isso é tanto um desejo que está se realizando, como é algo muito importante e significativo em minha vida. E isso eu só me dei conta semana passada, contando a uma pessoa muito querida como aconteceu minha entrada na banda.

Eu conheci a banda em meados de 2009, em uma fase terrível da minha vida... tinha acabado de terminar a faculdade, ainda estava sobrecarregado e estressado, tentando gerenciar meus planos daquilo que eu imaginava que seria minha vida dali pra frente, cheio de incertezas e inseguranças. Além disso, havia acabado de romper meu namoro também. Então digamos que eu estava uma caca só... não tinha vontade de fazer nada, estava sempre nervoso, frustrado ou deprimido. Poucas coisas me tiravam de casa, e poucas coisas me tiravam a cabeça dessa casa de maus hábitos e pensamentos. E uma delas foi a Berzek. No momento que ouvi a banda pela primeira vez, senti que os caras eram bons... senti que aquela música era boa, senti que aquilo era diferente. E a música foi me tocando cada vez mais. Confesso que no começo eu mal prestava atenção nas letras, eu ficava meio hipnotizado por aquele som tão belamente melancólico, mas ao mesmo tempo animador. Ouvir a Berzek ensaiando em tardes monótonas de sábado em um pequeno e agitado apartamento da Vila Madalena, deitado na cama (muitas vezes completamente desanimado e não raro de ressaca) foi algo que me fez muito bem.
Naquelas músicas eu tinha conforto, eu tinha esperança. Eu tinha encontrado um lugar onde minha dor foi compreendida e acolhida, ainda que de forma silenciosa e anônima. Depois que passei a prestar atenção às letras, percebi que realmente estava em um tipo de porto seguro, como se alí eu não tivesse problemas - ou tivesse, mas eles teriam menos importância ou fariam menos sentido.



Mas nessa época eu praticamente era só um "amigo da banda"... na verdade era mais "amigo de um integrante da banda". Depois comecei a ir em alguns ensaios e shows. E aí meio que sem querer (por ser "amigo da banda"), comecei a participar um pouco mais, gravando e tirando fotos dos shows e ensaios que ia. Cada vez mais eu começava a querer fazer parte daquilo, de forma mais ativa e integrada. E aí comecei a ter algumas conversas com meu queridissimo amigo e irmão Chu, vulgo baterista da Berzek. Chegamos a discutir algumas vezes sobre eu entrar pra banda como instrumentista de apoio (tocando sei lá, flauta, teclado ou qualquer coisa que o valha)... E as conversas começaram a ser mais frequentes... chegamos a conversar também sobre outras possibilidades, como inserir elementos eletronicos na música (samplers, loops, batidas) e também nas apresentações (projeções e vj). A idéia era sempre que eu fosse um plus na banda, um extra mesmo. Mas isso nunca passou da conversa, porque apesar de tudo, isso era algo que eu discutia exclusivamente com o Chu e, claro, essas idéias teriam que ser aprovadas pela banda. Depois do meu período de "revolta" e minha aventuras por terras sulistas, tudo começou a ficar mais nebuloso e indefinido. Ao mesmo tempo que isso ia acontecendo, eu comecei a realmente ficar amigo do Layon (vulgo vocalista/guitarrista/compositor/letrista/líder/frontman da banda). E com o perdão da pieguice, foi uma das melhores coisas que aconteceu comigo ano passado, ter conhecido de fato essa grande pessoa.



Bom, minha decisão em adquirir um baixo não tem nada a ver com a banda. Já faz alguns anos que eu venho pensando em aprender a tocar e então quando eu estava em Piçarras eu resolvi que ia comprar um baixo assim que chegasse com a grana que tirei lá. E foi o que eu fiz... e para qual não foi minha surpresa quando menos de uma semana com o instrumento na mão, me chamaram numa tarde de um sábado qualquer, para tocar, informalmente e sem compromisso, em um ensaio dos mais rotineiros?
Confesso que fiquei receoso e até enrolei para ir. Não sabia o que fazer, ou o que esperar desse convite... Mas no fim fui vencido pela pentelhação (digo, argumentação) do meu grande irmão e acabei indo.



E foi nessa tarde de sábado, aparentemente normal, como qualquer outra, que tudo aconteceu. Eu mal sabia tocar (não que eu saiba muito hoje) e acho que na verdade eu tinha medo era da pressão. Mas foi tudo bem legal, eu mais fui pra quebrar um galho mesmo, sem muita expectativa. E foi aí que rolou o primeiro convite.



Mas depois eu acabei vacilando... era tanta coisa, tanto lugar para ir, tanta festa, comemoração, tanto compromisso... e aí acabei voltando pra Piçarras, e aproveitei para fazer um retiro, o que prolongou minha estadia. E logo na volta passei o primeiro final de semana fora de SP, a trabalho e em menos de dois dias estava de novo pegando a estrada, dessa vez para outro retiro (com o Chu, diga-se de passagem). Eu sabia que estava andando na corda bamba, mas não tinha como evitar. E sinceramente, também não me arrependo do que fiz.



Então chegou o momento da verdade. Rolou aquela reunião de banda, pra resolver vários assuntos na verdade. E foi dito claramente: o xxxxx está fora, estamos sem baixista... "E aí Gá?". PUUUUUTZ... Eu sabia EXATAMENTE o que esse "E aí?" queria dizer. Só me restou fazer uma coisa: respirar fundo, pensar por aquela fração de milisegundos todo o sentido, peso e conotação que três sílabas tão curtas podiam carregar - aquele lapso entre as sinapses e o estímulo nervoso que faz os músculos mexerem, sabe?, e responder, sem tempo ou chance para hesitar "Tô dentro."



É claro que o que se seguiu foi uma longa conversa sobre responsabilidades, deveres, obrigações, compromisso e comprometimento, caráter, dedicação, seriedade, responsabilidade e maturidade... brincadeira, na verdade, foi tudo bem curto. Não havia muito a ser dito, todos sabíamos (inclusive eu) o que isso tudo significava. Mas teve uma conversa curta sobre prazos, claro.



Depois disso todos celebramos com um alegre, caloroso, amistoso (e nada gay, aviso) abraço em grupo, ou melhor dizendo, abraço de banda, hahahahaha.



E foi assim que tudo aconteceu... foi assim que eu me dei por conta de que de certa forma, eu sou um tipo de Scott Pilgrim... mas até o Scott conseguiu dar um rumo na sua vidinha de infinita tristeza, então eu também posso!



E é por isso que andei sumido daqui. Na maior parte do tempo, nem lembrava de dar as caras... quando lembrava, já estava com tanta preguiça ou tão cansado que acabei sendo negligente, de novo.



Eu ando treinando bastante. Na verdade, eu to chegando num ponto em que até eu mesmo estou me surpreendendo. Fazia tempo que eu não me dedicava sério a uma coisa, de pegar com gosto, vontade e afinco, de ir até os limites – meus dedos estão realmente calejando e já to atingindo níveis semi-insuportáveis de dor após sei lá, 5 ou 6 horas de treino. Além do fato de querer mesmo ser um bom baixista, eu quero ser o baixista da Berzek, e isso é dizer muita coisa! Sem contar o fato de que os caras, conscientes da minha incompetência (entenda: falta de habilidade) resolveram acreditar em mim e dar essa chance... duas vezes. Então eu não posso fazer pouco caso, afinal eu estou DE FATO fazendo parte de algo que gosto e que quis muito fazer parte. E acho que por hora essa vai ser a única responsabilidade que eu vou assumir: me tornar um baixista.



Então é isso, chega de chorumelas por hoje. Esse grande ficou post demais (hehe) só pra explicar o porque de eu ser tão vagabundo e de andar sumido.



Minha produção literária não vai de vento em popa, mas eu ando escrevendo sim, e na medida que achar coisas interessantes pra postar (ou simplesmente achar que se postar vai ser interessante, hahaha), eu dou as caras por aqui, então por favor, dêem uma olhadinha de vez em quando!!!



Beijos nos coraçõezinhos, meus queridos!
(Mano, eu to cafona hoje!)