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domingo, 23 de maio de 2010

AAAAAAH

Meu, que deprê maldita...

Depois de um sábado sensacional, voltar pra casa naquele (nesse) domingo tedioso que antecede a maldita da segunda-feira é uma coisa um pouco deprimente.

Só pra resumir, fui para Piracicaba com uns amigos para ver a Virada Cultural Paulista lá (mais precisamente, o genial Yann Tiersen).

A saga começou na sexta à tarde. Fui mais cedo (e de carro) pro trampo pra poder sair mais cedo e depois ir para Jundiai. Peguei aquele transito maldito pra sair de Alphaville e demorei quase uma hora só pra conseguir chegar no Rodoanel. Depois foi tranquilo, uns 25 minutos até Jundiaí.

Cheguei lá, fomos comer um lanche e ficamos enrolando, enquanto esperávam mais uma pessoa que vinha de SP. No final das contas saímos de Jundiai quase 1h, depois de fazer mais um lanchinho no Mc.

Uma hora e pouquinho de estrada, com uma lua GIGANTE e sensacionalmente amarela (a là Majora's Mask), um puta céu estrelado lindo e um frio de rachar, chegamos às 2h15 mais ou menos em Piracicaba, onde iríamos ficar na república de um amigo.

Aproveitamos para passar na frente do Teatro Municipal, onde ocorreria o show, para ver se já tinha fila. Não tinha (ainda bem). Fomos para a república e nos preparamos para um pequeno, porém necessário cochilo, já que acordaríamos as 5h para fazer a fila dos ingressos, que começariam a ser distribuidos às 10h.

Dito e feito, deitamos por volta das 2h45, mas eu só consegui dormir mesmo por volta das 3h45, 4h... Acordamos as 5h15 e fomos pra lá fazer fila, todos remelentos e xexéus (hahaha).

Sorte a nossa, não tinha ninguém ainda e fomos os primeiros da fila! Armamos nosso acampamento por volta das 5h30 e começamos nosso teste de resistência fisica e psicologica para aquentar as quatro horas e meia de fila. Aos poucos apareciam uns grupos e uns gatos pingados, mas a fila só começou a se formar de fato a partir de umas 7h30. Depois das 8h a coisa já começava a ficar séria. Quanto mais próximo do horário de abertura da bilheteria, maior a fila ia ficando, em uma escala exponencial. As 9h45 a fila já dava volta em duas esquinas.

Foi um tumulto só. Gente reclamando, gente puta, gente cara-de-pau querendo furar a fila. Foi meio bizarro. A gente tava BEEEEEEEM tranquilo, afinal, éramos os primeiros e NINGUÉM ia furar na nossa frente. Mentira, pontualmente as 10h uma senhorinha (bem velhinha mesmo) simplesmente brotou do nada e do mesmo jeito que surgiu, do nada, se meteu na nossa frente. A gente deixou quieto, mas teve gente que foi falar com ela (!!!). A sorte é que ela estava indo retirar o ingresso para a Orquestra Piracicabana de Viola, evento das 18h30 que iria abrir oficialmente a Virada. Ufa! Se a velha fosse pegar os ingressos pro Yann, ia rolar porrada (por parte dos "vigilantes", hahaha).

A gente não conseguia parar de achar graça daquilo tudo. Afinal, só de chegar na frente e ser os primeiros da fila já sentíamos certo sentimento de realização. Depois de ver a fila quilométrica e gente desesperada (que chegou as 10h pra fila) chorando e xingando tudo e todos, a gente dava risada mesmo da estupidez alheia e não parava de brincar e comparar esses tipos com AQUELES famosos de uma certa sessão de autógrafos de uma bandinha ruim qualquer (veja aqui).

Voltando ao assunto, 10h em ponto os guichês abriram. Pegamos nossos 2 ingressos por cabeça, aos quais tínhamos direito e saímos com aquele puta sorriso nos rostos cansados e cheios de olheira, um orgulho no peito estufado e a sensação de um verdadeiro campeão que (eu imagino) que um lutador de boxe sente ao conseguir vencer, com esforço, a luta no último Round.

Saímos de lá mais do que felizes, satisfeitos, contentes, e qualquer outro adjetivo/sentimento/estado de espírito que pudesse expressar uma sensação única de realização. Metade de nossa missão ali estava cumprida. O orgulho era tanto que tivemos a cara de pau e o espírito de porco de ligar o som do carro no talo e colocar a J'Y Suis Jamais Allé e La Valse d'Amélie enquanto desfilávamos a volta olímpica com o carro antes de ir embora. Foi sacana, mas merecido, afinal, quase não dormimos pra pegar a maldita fila e fomos os primeiros, enquanto tinha gente que chegou as 10h e ficou choramingando que não ia conseguir ingresso.

Sacanagens à parte, estávamos quase voltando para a república quando sugeri dar uma volta e pegar os ingressos de outras atrações que veríamos. Na verdade, a gente foi mesmo para ver o Yann Tiersen, mas como já estávamos lá resolvemos que íamos tentar aproveitar nossa estadia em Pira e o fato de que era uma Virada Cultural e ver mais coisas. Pegamos a programação e montamos um roteirinho simples, que consistia em ver o D-Efeitos as 18h30 no SESC, A viagem de Villa-Lobos as 20h (tb SESC), o grande e sensacional Yann às 22h30 no Teatro Municipal e depois colar no Engenho e encerrar a noite com os Paralamas.

Depois de pegar os ingressos da Viagem de Villa-Lobos e dar um rolezinho pela cidade (entenda PERDER-SE ligeiramente), voltamos pra rep. Daí fomos almoçar e comprar um presentinho pra republica. Conseguimos finalmente sentar, respirar e ter algum sossego só as 14h30, quando resolvemos tirar aquela tão desejada e merecida soneca.

Eu mesmo não dormi mais do que uma hora, talvez por inquietação, por ansiedade, por desconforto (tinha capotado num sofá), pela barulheira (era uma republica, poxa) ou o mais plausível, a soma disso tudo.

O tempo não seguia seu curso natural naquele sábado (ontem, hehe), pelo menos não para os quatro intépridos aventureiros. Toda nossa noção de tempo estava alterada... parecia que já haviam passado uns 2 dias desde que chegamos para formar a fila até o momento em que fomos descansar. A minha soneca de uma hora parecia que havia demorado a tarde toda.

No final das contas, por enrolações, indecisões, bodes e um pouco de cansaço e falta de tempo, acabamos abortando os dois primeiros programas e resolvemos ir tranquilos (descansados, despreocupados, bem-alimentados e "calibrados") para o show do Yann.

Chegamos no TM às 20h40 e a fila ainda estava enorme, quase completando o perímetro do Teatro. Havia duas filas, uma para quem tinha conseguido pegar a senha de manhã (quando a primeira cota, de 20%, foi distribuida) e a gigante, para aqueles que ainda tinham alguma esperança de entrar. A essas horas, quem já tinha ingresso podia entrar e esperar no saguão até a sala ser liberada.

Pela empolgação (e ansiedade) da galera, a fila para entrar na sala acabou sendo avacalhada, e virou tudo um bolo só. Tava pior do que tentar pegar metrô na Sé em horário de pico. Uma idiotice, na minha opinião, já que os lugares eram marcados.... pra que tumultuar??? Isso e a organização um pouco precária atrasou em uma hora o início do show.

O show começou por volta das onze e meia (horário por aproximação, porque esqueci de ver a hora exata e só me toquei no meio da primeira música). Foi um show lindo, sensacional, MÁGICO.

Se eu estava chateado por ter tido experiências meia-bocas com shows nos últimos tempos, esse foi o melhor remédio que eu poderia ter pedido. O show foi assim de bom.

Não vou comentar sobre o show aqui, pois quero dedicar um post só para isso, coisa que eu não estou nem com saco, nem com tempo para fazer agora.

Depois de três "bises" (é esse o plural de bis?), saí do Teatro às 0h56. Foi uma hora e meia em que eu viajei pra outro planeta, hahahaha. Depois desse baque, com o cérebro frito, o maior sorriso no rosto e aquela sensação de "PUTAQUEOPARIUOQUEFOIISSOMEODEOS", não consegui pensar em fazer outra coisa a não ser fumar AQUELE cigarro com gosto de vitória (comparado jocosamente no momento com o famoso tabaco pós-coito, vulgo cigarrinho depois de uma trepada).

A noite morreu ali. Ninguém queria saber de mais nada. Eu sinceramente queria ter visto o resto do show dos Paralamas, porque uma noite tão boa não podia acabar. Mas a galera estava tão cansada e bom, na verdade, tão "de boa" depois daquele show que eu até entendo a vontade de não querer saber de absolutamente mais nada depois daquilo.

Fomos dormir por volta de umas 3h... aí, o resto é história. Acordar hoje cedo foi difícil... não era legal saber que uma coisa tão maravilhosa e incrível daquela tinha acontecido e que o resto do dia seria apenas um prelúdio para mais uma semana daquela mesma rotina acordar cedo/busão/tampo/chegar em casa cansado/dormir (*repeat).

É isso. Esse foi meu fds. Agora vou tentar dar uma arrumada no meu quarto e pôr as coisas em dia, afinal, a vida continua... Essa semana ainda escrevo sobre a experiência toda do show propriamente dito.

O que me dá ânimo é saber que esse fds vou ter outra pegada dessas, mas isso fica pra mais tarde também.

Boa semana.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Iron Man

Vi o Homem de Ferro 2 esses dias. Sensacional o filme...

Bom, eu tinha escrito um texto introdutório falando sobre arte, entretenimento e cultura, sobre meu modo de interpretar as coisas e bla bla blá, mas no final das contas achei um pouco demasiadamente prolixo (texto meu prolixo? bah...) e um pouco chato e pedante demais, então resolvi "cut the crap" e ir direto ao assunto. Aliás, essa é uma abordagem extremamente coerente com o filme: "simples" e direto, mas funciona.

Então vamos lá... my opinions about Iron Man 2! Yey!

O filme é cheio de explosões, efeitos especiais e coisas tanto "hi-tech" do mundo real quanto coisas meio "sci-fi", mas o legal é como isso tudo "blend" legal no filme. Sabendo que é baseado em uma história em quadrinhos (o que supõe certo nível de fantasia e coisas incríveis), tudo é colocado de uma forma razoavelmente plausível, ainda mais para a nossa realidade de hoje, bem diferente da época em que a primeira edição do homem-lata (circa 1963) foi lançada. Isso é bom porque mesmo com todo toque de surreal, o filme é, na maior parte do tempo, crível em suas maluquices. E mesmo nas coisas mais exageradas, é fácil relevar, "relaxar e gozar" e curtir a ironia (han, han?) de ser tão legal assim mesmo por esse exagero de surrealismo.


O filme começa exatamente onde termina o primeiro, e não tem um monte de frescurada contando o que aconteceu no meio tempo entre um filme e outro, simplesmente, porque é assim, na lata. O roteiro, conciso e direto, na maior parte das vezes serve basicamente para mostrar os milhões de efeitos especiais, umas 7 "suits" (leia "armaduras"), um exército de mechas com o tipão do homem-de-lata e claro, muita mulher, muito carro, muito álcool e algumas bizarrices. Mesmo assim, não peca na execução, justamente por ser claro e objetivo com sua proposta: mostrar um PUUUTA filme de ação. O enredo até envolve algum conflito psicológico e emocional do protagonista e suas relações com o mundo, mas não fica meloso ou tedioso. Na verdade, até agora não sei se foi por sorte, por falta de interesse em aprofundar esse tema ou uma genialidade calculista do diretor (e ator) John Favreau, mas a meu ver, tudo foi meticulosamente medido, dosado e calibrado no filme... drama, romance, ação, crítica social, comédia, excentricidade, bizarrices, patriotismo e.... "fodeza" conta? Ufa!

Parece até brincadeira, mas acho que esse foi um dos melhores filmes que eu vi nos últimos tempos. De adaptações de HQ para o cinema (das mais mainstreams pelo menos), acho que a única que chega perto de ser tão legal (a meu ver, claro) é Batman - The Dark Knight... mas são filmes com propostas BEM diferentes.

De uma maneira geral, eu achei quase tudo no filme muito bom. Dos efeitos especiais até a boa atuação de praticamente todos os principais, passando por uma trilha sonora mais do que "adequada" (com isso quero dizer "pertinente", "fitting", não desmerecendo), som bem montado e até, por que não, um bom uso de product placement e boa estratégia de marketing (bom, isso é algo fora do contexto do filme em si, que eu teria que explicar em outro post, mas estou com preguiça agora).

É, eu não consigo pensar em uma coisa ruim pra dizer do filme... eu fui com nenhuma expectativa (não que eu achasse que o filme ia ser ruim, só não fiquei pensando "caraaaaalho, esse vais er fooooda") e talvez por isso tenha gostado tanto do filme. Eu já tinha gostado BASTANTE do primeiro, mas esse, sem sombra de dúvida, é melhor.

Então, para resumir, uma lista de motivos para assistir Iron Man 2 no cinema:

1 - Scarlett Jonhanson!!! Já sabia que ela ia ser a Viúva Negra, mas minhanossasenhora, não imaginava o que estava por vir. Sem contar toda a gostosura beleza da atriz, que esbanja mistério e sensualidade no papel, ainda tem uma cena que... bah, deixa pra lá, não vou estragar o barato de ninguém. Mas digo que uma das melhores cenas de ação do filme é dela (e isso não tem nada a ver com sacanagem, hehehe).

Fala se isso não é sonho de consumo de 99,99% dos caras heteros desse mundo?


1 - Gwyneth Paltrow.Não menos interessante bela do que a senhorita de cima, a charmosa e sempre elegante atriz retorna no papel da secretária/assistente/affair mal resolvido de Tony Stark. Mesmo assim, deu vontade de ver de novo ela tão recatada, ligeiramente submissa, mas por dentro, uma mulher muito forte. Na verdade, só essas duas já tinham garantido minha ida ao cinema :P





1 - AC/DC. É, a maior parte da trilha sonora é de músicas desses carinhas. Bom, em relação a isso, nem tenho muito mais o que comentar, tenho?

1 - Daft Punk. Em uma cena particular, toca Robot Rock... e, bom, é legal bagarai (a música e a cena).

1 - Jon Favreau. O cara mandou muito bem na direção do filme, e ainda por cima reprisa o papel mais do que cômico do chauffeur/"mordomo"/treinador de boxe/pau-pra-toda-obra/capacho.

1 - Mickey Rourke, ou Whiplash, tanto faz. O cara é meio esquisitão, mas faz uma excelente atuação como um... esquisitão doido alucinado. Aliás, o último papel dele também foi meio "nóia" e igualmente excelente, na pele de Marv em Sin City.

1 - Armaduras, muitas armaduras (spoilers ahead, beware!). Na teoria, 3 são "o Homem de Ferro", mas no final das contas, dá pra ver, no mínimo 8 armaduras diferentes no filme, 5 em ação: MARK I - uma réplica ou reconstrução do primeiro modelo (esse sim, o homem de FERRO, que Tony usa para fugir do cativeiro no primeiro filme); a Mark II propriamente dita (usada e roubada pega de empréstimo por Rhodes); o que sobrou da Mark III (praticamente destruída no final do 1o filme); a Mark IV, a armadura principal do filme; Mark V ou Briefcase Suit, uma alternativa portátil e de emergência; War Machine, pilotada por Rhodes, que, na verdade, é a Mark II "pimpada"; e el gran finale, a versão foda do Whiplash, meio que à lá Iron Monger, mas umas 20x mais malvado.

1 - Robert Downey Jr. a.k.a. Tony Stark, a.k.a. Iron Man. É isso mesmo. O cara é praticamente "O" Tony Stark. Promissor, decadente, esquecido e depois deu a volta por cima. Mesmo sem entrar no mérito de sua vida pessoal, ele faz uma excelente atuação no papel do playboy que no fundo é um cara legal.

Bom, é isso. O quê? É mesmo... todos os ítens são número 1.... Bom, eu não conseguia pensar em qual seria o melhor e nem o "menos melhor" dentre os melhores motivos para ver o filme, então eu coloquei todos como 1. É, no final é só somar... 1+1+1+...

Bah...

Assiste o filme que vale a pena.