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sábado, 7 de maio de 2011

Um tributo às coisas nobres...

A lenda do herói e da princesa

O Destino nos uniu,
não seria diferente,
cada tino vital atraiu
a alma outra, carente.

Forças distintas, não opostas,
que se somam para cumprir
as razãos de nossas propostas,
os anseios do nosso existir.

Ainda assim éramos tão imaturos,
não prevíamos as pedras, os apuros.
Dotados de vontade, mas pequenos
inocentes, frágeis, tolos, ingênuos.

Crianças que sonharam
com seu grande lar perfeito,
de beleza, justiça e respeito.

Mas as divindades finórias
lançaram então sua chalaça.
Teste de fé às futuras glórias,
a provação e uma rechaça.

E o caminho que era certo,
exato, objetivo e previsível
foi partido ao meio, aberto
em dois, à mercê do possível.

Você teve que bater em retirada.
Sua angústia foi vencida pelo medo,
a iminência do perigo na alvorada.
Mas os lábios não calariam tão cedo.

Meu temor também foi enorme.
Depois de tanta pugna e fadiga,
tal partida inexplicada, sem nome
feriu como lâmina vil na barriga.

Nosso plano foi destruído
por quem havia nos únido.
Severa, crua e infalível punição
por nossa insolência e pretensão.

Não houve alternativa breve,
fomos obrigados a viver
com o que nos foi entregue.

Me refugiei no templo do Tempo.
Meu espírito adormecido por sete anos,
e meu corpo a envelhecer em novos panos.

Enquanto isso você fugia
de novos e velhos inimigos,
entre riscos e nostalgia.

Cresci sempre me preparando
para o momento ideal, definitivo.
E você o tempo todo lutando
por liberdade, ante o imperativo.

Eu, a vencer meus temores
em toda pequena batalha feita grande,
decisiva, real, necessária, importante.

Você a calejar seus dedos
em tanto confronto sangrento, cruel,
a ganhar cicatrizes e provar do fel.

Assim foi o despertar decisivo de cada alma infante.
A minha, em um homem correto, fiel, porém errante;
a sua, na mulher que carrega o guerreiro no semblante.

Mas a providência nunca falha
àqueles que vivem sem receios.
As deusas relançaram a malha
da Sorte sobre nossos anseios.

E sete anos mais tarde,
outra vez a chama arde...

Como um garoto que procura
dos seus dez aos seus dezessete,
sua força interna e sua bravura.

Como uma mulher que almeja,
dos seus quinze aos vinte e dois,
sentir o resultado de sua peleja.

Sete anos depois,
descobrimos;
não somos tão fracos
como pensamos,
nem tão fortes
como mostramos.

E voltamos a buscar, no amor e na cumplicidade,
a sabedoria, a coragem e a força necessárias
para que mudar este mundo seja uma verdade.

(A verdade se revela a quem fecha os olhos para vê-la.)

(7/5/2011)



*nerd mode ON*






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