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domingo, 7 de agosto de 2011

Um quarto da distância do que se foi

"Deitaram na cama e se abraçaram. Ficaram imóveis, em silêncio quase absoluto. Era possível sentir a pressa no som aflito dos casais de pulmões e corações e a tranquilidade da correria inerte da cidade.

Permaneceram na impaciência daqueles exatos onze minutos, na dúvida, na ansiedade, na saudade antecipada. Os corpos colados no calor constante da conveniência. Cada rosto se escondia no perfume do pescoço outro, como se quisessem gravar na memória a beleza daquele encontro. Os braços aplicavam uma força terna porém precisa, em tentativa pura, ingênua e sincera de eternizar aquele momento.

Uma única badalada do sino. O tempo havia acabado.

Levantaram, deram um beijo de despedida.

Não disseram nada, o silêncio havia falado por eles."


(Dezembro de 2010)

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