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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Poema - Na flor da pele


Na flor da pele

Amo as delícias simples da vida.

O primeiro toque, áspero e profundo, o choque Físico.
O convite florido e penetrante à derme.
O calor que desperta interesse sobre os músculos rijos.
O contato que vira afago sutil aos sentidos.

As mãos acariciam toda superfície da pele,
Massageiam com força a nuca molhada.
Os dedos entre o emaranhar dos cabelos.

Trocar os fluídos da boca.
A tensão que se acumula.
O fervor do peito.

Os poros sensíveis.
As veias dilatadas.
O rosto corado.

(...)

Cuspir a saliva turva.

O deleite no canto de lábios levemente entreabertos.

O relaxamento da espinha.

Limpar o rosto com gosto.
Sensação de dever cumprido.

Pálpebras pesadas e o tato leve.
O sabor doce e amargo na língua.

Ombros caídos, soltos.
A desenvoltura absoluta do corpo.
O suspiro profundo, longo, bem dado.

A carne cansada relaxa...

- Amo as delícias simples da vida!

O prazer de um banho.
(Com sabonete de motel.)

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