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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Rise from the ashes

Oi! Não sei se alguém vai ler, mas a este ponto, não interessa.

Faz um tempo que não sento para escrever aqui. Aliás, "isso aqui", esse blog já passou por tantas crises de identidade que acho que preciso medicá-lo com uns tarjas pretas para ele não ficar deprimido. O que eu quero dizer com isso?

Simples. Um blog é um blog. Este é um blog. Até aí, nada demais.

Fato é, há blogs e blogs, e há diferentes motivos que levam as pessoas a lerem e a escreverem blogs. O que me leva a creer que há diferentes "tipos" de blogs, ou seja, blogs com diferentes propostas de conteúdo.

Outro dia, não sei porque, recebi um comentário no meu primeiro blog. Eu já até tinha me esquecido dele, mas não resisti e reli com nostalgia e um pouco de sarcasmo até, o que eu tinha escrito. Esse fato me fez pensar no ato de escrever, algo que eu sempre cultivei até mais ou menos a minha entrada na facu, o que é estranho, pois é onde eu deveria escrever mais. Mas o movimento foi o contrário, e aí eu caí em uma reflexão profunda sobre minha vida, o que incluiu meus falecidos blogs. Aí comecei a divagar sobre tudo... enfim...

A idéia original do meu primeiro blog nasceu das lágrimas de um pseudo-poeta em uma viagem de auto-martírio e busca por um reconhecimento sublime perante os olhos compadecidos de corações amigos das moléstias que pertubavam o meu sono, roubavam meu ânimo e mutilavam meus sonhos. Pretty dense, uh? Pois é... resumindo: comecei a escrever um blog pra desabafar as mágoas do término de um relacionamento. Isso em 2004.

O endereço original era: http://www.xanga.com/mitsuohara

Não recomendo a ninguém entrar, ao menos que queira:

A) Comprovar que eu era/sou um EMO enrustido
B) Cortar qualquer tipo de vínculo comigo, em vista da natureza deprimente e vergonhosa desse blog
C) Dar umas boas risadas às minhas custas

Ok. Eu pus o endereço, não pus? É, então eu vou ter que arcar com as consequências.... mas é engraçado. É tipo quando vc é criança e assiste Jaspion (tá bom, A História Sem Fim, um exemplo mais "mainstream"). Você acha aquilo tudo tão legal e fantástico e sua mente não pára de fantasiar com aquele universo. Aí você cresce e vê de novo e percepe o quão tosco é aquilo. Mesmo assim, não consegue deixar de sentir um apego, um afeto, uma paixãozinha mínima por aquilo. Afinal, aquilo por um bom tempo fez parte de você.

Pois é, e foi mais ou menos nessa linha que eu cheguei à conclusão de que escrever faz parte de mim. Não que eu possa me comparar a um Machado de Assis... também não quero que me coloquem no mesmo nível de um Paulo Coelho, por favor... Aliás, nem Millor, nem Veríssimo nem ninguém. Eu escrevo, e é isso que importa. Não acho que escreva "bem", mas tenho em algum lugar de mim uma falsa ilusão de que sim :P Eu nem sequer domino completamente a gramática portuguesa, como posso dizer que escrevo "bem"? (Até aí, o Paulinho aí em cima.... prefiro ir mais para o lado de uma Clarice). Enfim, não tenho a menor pretensão de me comparar a nenhum imortal.

Por outro lado, não gosto da postura de falsa modéstia. Acho que temos que ser justos. Justos consigo mesmo. Se um trabalho seu está péssimo, reconheça. Se está excelente, reconheça também. Qualquer coisa entre estes dois extremos, reconheça isso também. Tudo o que você faz ou cria é fruto do seu esforço e empenho. É transformação, é ação. Não pode ser simplesmente taxado de "bom" ou "ruim", tem seus méritos. Lógico, isso não é desculpa para mediocridade, tampouco vanglória (Deus me livres das irritantes síndromes de joão-sem-braço e de estrelinha!).

Enfim, creio que não somos aquilo que comemos ou vestimos. Tampouco somos somente o que pensamos ser, ou o que queremos ser, ou o que queremos que nos vejam, ou o que de fato enxergam em nós. Somos tudo isso, porque disso tudo provém nossa criação. Tudo o que criamos está diretamente relacionado às facetas de nossa "identidade", de nossa "realidade". Realidade essa que nunca é uma só, tampouco absoluta. É soma dos fragmentos perdidos no tempo, nas lacunas entre o ontem e o amanhã. É por isso que o que produzimos diz absolutamente tudo a respeito de nós.

Um pouco complicado de explicar, talvez, mas é simples. Simples demais. Um trabalho medíocre não significa que sou mediocre. Um texto excelente não significa que sou excelente. É a soma disso tudo e a relação que eu tenho com esses momentos que vai dizer quem eu sou. Se em determinado momento eu produzi pouco, é porque estava esgotado. Se meu trabalho ficou aquém do desejado, é porque naquele momento dei menos de mim do que poderia dar - por qualquer motivo que seja. Enfim, se posso reconhecer tudo isso, é porque hoje, agora, neste exato momento, eu sou uma pessoa centrada, organizada e coerente. Sem vaidade, sem preconceito, sem falsa modéstia. Uma pessoa justa.

Justa, aliás, é uma palavra tão... "metalinguística". Há palavras que conseguem expressar exatamente aquilo que querem dizer. Uma harmonia perfeita entre significante e significado. Acho que "justo" é o exemplo mais "justo" disso.

E o meu blog, o que tinha a ver com tudo isso mesmo?

Pois é, depois do xanga, passei por um pequeno recesso e voltei com o mitsuohara.weblogger.com.br (Esse, infelizmente, tá fora do ar... tinha umas pérolas lá também viu...)

Quando comecei no weblogger, ou o que eu chamei de "fase 2" do "torpência, nirvana, coma consciente", eu já num tava mais tão deprimido. Aí entrei na facu, comecei a namorar de novo e o blog virou mais um diário de atividades, contando as fofocas sobre a minha vida (existe isso?) e coisas do tipo. Depois de um tempo, bodeei e comecei a usar para postar coisas mais "intelectóides". Hum... aí teve uma enxurrada de reposts de textos antigos que eu tinha escrito. Aí já não tinha muito mais o que fazer. Ficou mais um tempo parado, aí comecei a falar das "novidades", notícias sobre temas que eu gosto. Shows, lançamentos de games e DVDs e por aí vais... encheu de novo e comecei a postar reviews extensíssimos e super detalhados dos shows que eu ia.... durou mais um pouco, mas encheu de novo. E aí? Morreu...

Só fui ressuscitar de novo um pouco antes de viajar para a Espanha. Aí o blog assumiu uma função mais de diário de viagem. Nada mais justo. Aí começou a dar muito pau e eu mudei finalmente para o blogspot. A medida que eu ia ficando sem assunto, porque minha vida começava a se estabilizar lá e eu já não tinha mais notícia, eu também fui ficando com preguiça, porque tinha que esperar juntar uma quantidade de assuntos pra postar, já que eu demorei um tempãaaaaao pra ter acesso diário à net lá. Aí parei de postar. Quando comecei a entrar todo dia com regularidade, queria postar tudo o que não tinha postado e aí virou aquela bola de neve. Prometi várias coisas que até hoje ninguém nunca viu...

E aí eu voltei. E é isso. E depois, nunca mais escrevi. E facu. E PGE. E eu to gordo. E um possível começo de cirrose em função do meu PGE (rs). E é isso. Nunca mais toquei aqui.

Mas aí... AÍ!!!!! Sei lá porque, pintou esse comentário no primeiro blog há umas semanas. E agora o Antonio veio com esse projeto do http://projetosartisticosoriente.blogspot.com/.

E aí eu comecei a repensar tudo de novo. E é por isso que eu to aqui.

Não vou prometer mais nada. Não gosto de prometer, porque não acho legal. Não tem que dizer, é fazer e pronto. Se eu não disser, pelo menos ninguém vai me cobrar quando eu não fizer nada =P

Tentarei retomar este blog. A cara que vier, eu não sei. Sobre o que escreverei? Sei menos ainda.
O que sei: ele faz parte de mim, e portanto, diz um pouco quem sou eu.

É isso. Nada mais.

Um comentário:

  1. Olha eu aquii também!
    Mas tem links demais por hoje! Não abri os dois desse post! =X

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