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sábado, 18 de setembro de 2010

Scarpins, sinos, cigarros


Scarpins, sinos, cigarros

Dia qualquer,
Qual quer noite.
Ela morna,
De amenos sopros.

Linhas que espreitam,
Esperam certo
Êxtase contido.

A música boa.
Danças tímidas.
Feixes revelam
A silhueta,
Clara.

Três almas
Amigas, simpáticas.
Mãos dadas
Atadas.

Dois elos frágeis,
Um enlace.
Um espaço
Vazio.

Ombros que caem
Colos assíduso
Verbos apócrifos
Impulsos contidos.

Sussuro
Suspiro
Silêncio.

Socorro.

Atos esmeros.
Atos desesperados.
Atos sinceros.
Atos desperdiçados.
Atados.

Trilhas
Sem rumo.
Tropeços simulados,
Caídas, flagelos.

Dores insensíveis,
Insensatas.
Superáveis.

Ruas vazias.
Ruas difíceis.
Íngremes,
Impossíveis.

Áreas abertas.
Nenhum camínho
Visível.

Palavras trocadas,
Bocas que buscam
Constantes.

Trocadilhos errantes.
Os andarilhos de antes.

Gestos de compaixão.
Gostos por solidão.
Grifos de certa opinião.

Pedras no sapato.
Calos nas veias.
Rouquidão.

Nova mente
Dia.

Cinza azul.

Garoa de lágrimas
Quase secas.
Correm ao Sul.

Aprender-á
Apreciar o frio.

Calçados incômodos
Sob, traem.
Números incompatíveis,
Atrasos.

Aurora, sem mês
Outra hora, talvez.

Sapatos que servem
Apertados.
Um direito,
Outro por tê-lo.

Sobre linhas de cobre,
Ipês rosas
Descobrem
Manhãs de inverno.

Caminhada certa
Até o ponto.
Um ponto qualquer.
Um ponto que sirva.
Um ponto
Indivisível.

Os scarpins de ninguém.
O sino deles, uma sina quem sabe.
Os nossos cigarros.
As minhas palavras.

O meu ponto.
Etc.

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