Já não há inspiração
ou sentido.
Não há dom ou talento;
não há poesia nos atos
nem arte nas palavras.
Só ponho essas mais no papel.
Como um olhar morto
de olhos mortos que o possuem,
guiados pelo dedo morto de uma mão morta
a vagar em horizonte morno.
Sem razão,
à procura
de qualquer
motivo.
Uma febre demente,
insana loucura
redundante.
Morbidez insólita,
crise.
Uma catástrofe
que é só
um problema.
Um corpo que se arrasta,
mais um dia apenas.
Esperando
procurando
algo
menos doloroso
Que o liberte
desse incomodo tedioso,
cansaço mortal,
solidão excruciante.
Uma dor,
várias dores,
(E a incerteza.)
O céu sempre nublado,
mesmo em dias de sol.
Sorriso nas faces...
(não na minha)
Um vento fresco
de ares pútridos.
E o Sol,
uma luz turva ante fumaças
escatológicas de incoerência.
A alusão ao vazio,
e o vazio intrínseco.
Penar de alma,
plenitude precoce
de um vácuo insolente,
Infinito mortal;
vendável como indulgência,
Analgésico anestesiante
Sabor desespero.
(março/2004)
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