I.
a costela tua
que perfura
a carne crua,
que costura
a minha tela;
é meu tule à toa
que se mancha
com tua cor,
sem que eu lute
contra costumes
teimosos
de tola dor.
II.
(Por ti sofrer
lentamente,
quiçá morrer
sem ar,
sem chão.)
Corações partidos
- os teus, apóstolos;
os meus, a pústula.
IV.
Patologia da minh'alma,
regato de prantos intermitentes,
mais-valia de vida calma.
V.
O vazio da hora estagnada,
o ócio que corroe os ossos,
iminência fria da estocada.
VI.
Os lábios secos
de agonia pedem:
Oh, sábios ventos!
em sinfonia levem
o tormento vil
da memória
do saber
da história
dos meus nervos.
VII.
O que pregarão
do meu passado
no teu futuro.
Tudo que restou
dos meus atos,
o que se derramou.
VIII.
Chama de lembraça
- a que consome os anos
plenos de esperança;
crédulos, porém insanos.
IX.
Minha ausência
consumada
pelos caprichos
da Probabilidade.
A falta que sentirás
(sinto desde já).
Rezarás pelo meu retorno?
X.
Meu desejojuntar-me
a Ti.
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