O passado será uma história
mal-contada, um boato-ficção.
Um faz-de conta épico,
como cantam as fadas,
cheio de vezes fabulosas
sobre feitos que eram
fatos que nunca foram,
realidades fantasiosas.
O futuro era a ansiedade da promessa,
a agonia da ilusão, a miragem no deserto
do “viveram felizes para sempre”.
O presente é a porta aberta,
escancarada, sem fechadura ou chave,
à espera do improvável
retorno
daqueles que decidiram partir
um dia...
...é o espaço
entre as pernas,
entre os passos,
a vontade que flui
no tornar do compasso,
no desdobrar dos casos,
no riscar dos traços,
no desatar dos laços
entre nós.