Antes de mais nada, peço desculpas pelos inúmeros erros de português (grafia principalmente), pois quando postei da última vez além de atrapalhado e com pouco tempo, eu estava ligeiramente torpe, aí já viu né, a coisa desanda...
Bom, de notícias acho que a única que importa é: eu só tô me fudendo aqui. É verdade. O trampo no restaurante vai mal, porque eu trabalho como extra e só sou chamado quando há demanda. Semana passada nem fui trabalhar. Quer dizer, isso não é completamente ruim, mas sem trampo, sem grana.
Estou me virando aqui pra arranjar outra coisa e conseguir me garantir. Não estou tão aflito porque a temporada já vai começar e, mesmo que sem "garantias", as minhas chances de conseguir outros trabalhos pra tirar minha grana aumentam consideravelmente.
Tem muito doido aqui, chega até ser engraçado. Eu acho que vim para contribuir com essa estatística nessa pequena cidade de Santa Catarina... Anteontem por exemplo, estava caindo o maior toró e eu resolvi ir tomar banho de chuva na praia! MAS, é claro que estando na praia, não poderia deixar de entrar no mar, que estava, digamos, de mau humor. Resultado: entre caldos, vacas e alguns jacarés muito divertidos, tombei e tomei A VACA, bati a cabeça e fui arrastado de cara na areia. Sai ofegante e quase sem ar, andando que nem um velho sem seu tubo de oxigênio. Quase achei que ia ficar paraplégico (meio exagero, mas juro que na hora pensei isso) tamanho foi meu capote e o fato que eu bati direto com a cabeça e meu pescocinho de galinha virou. Estou com dores no corpo inteiro, principalmente no pescoço e coluna, mas acho que voltarei a andar.
Aliás, uma coisa que eu tenho feito bastante é tomar banho de praia à noite. Eu acho que eu até gosto mais do que de dia. E fumar na praia, como já tinha comentado com o Chu, é uma das melhores coisas que existe (dentro do universo tabagistico, quero dizer).
Ah, queria falar tanta coisa, mas me falta saco (e tempo na Lan). Vou encerrar por aqui e vou deixar uma das primeiras coisas que produzi aqui em Piçarras. Não tá lá grande coisa, pra variar, mas é o que saiu por enquanto... Vou tentar postar de novo semana que vem. Beijos a todos.
Trinta e seis graus
Arde sem que se perceba,
Queima sem piedade.
A maré cuida da sorte,
As ondas levam e trazem.
Mesmo assim, nem toda a Água
Do Oceano, é párea para tal calor.
A brisa acalma, apenas
Disfarça o inevitável.
No rosto, nas mãos, nos pés,
Sinais da inconsequência e do descuido.
Deixar ser tomado pelo fervor,
Pela euforia,
Pelo prazer,
Pela admiração ingênua,
Causa dor e arrependimento.
Uma história que sempre se repete.
A toda ocasião, o mesmo jargão:
“Desta vez eu aprendo!”.
Dias de dor
E noites sem dormir.
A cabeça ainda quente,
As marcas no corpo, a se recompor.
O marasmo e a marola,
O mormaço que condena.
Depois do baque
A culpa, o arrependimento.
Recluso para se preservar.
A adaptação.
Mais um recomeço forçado.
A pele velha e machucada
Descasca, caí e vira pó.
Novas rugas no rosto.
O Sol é fascinante,
Belo, imponente.
Impiedoso.
Dá vida, ao mesmo tempo consome.
É Soberano,
Mas indiferente com quem o aprecia.
É preciso desfrutar com moderação
E cuidado
Sempre.