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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

(sem título)


Já não há inspiração

ou sentido.

Não há dom ou talento;

não há poesia nos atos

nem arte nas palavras.

Só ponho essas mais no papel.



Como um olhar morto

de olhos mortos que o possuem,

guiados pelo dedo morto de uma mão morta

a vagar em horizonte morno.



Sem razão,

à procura

de qualquer

motivo.



Uma febre demente,

insana loucura

redundante.

Morbidez insólita,

crise.

Uma catástrofe

que é só

um problema.



Um corpo que se arrasta,

mais um dia apenas.

Esperando

procurando

algo

menos doloroso



Que o liberte

desse incomodo tedioso,

cansaço mortal,

solidão excruciante.



Uma dor,

várias dores,

(E a incerteza.)



O céu sempre nublado,

mesmo em dias de sol.

Sorriso nas faces...

(não na minha)

Um vento fresco

de ares pútridos.

E o Sol,

uma luz turva ante fumaças

escatológicas de incoerência.



A alusão ao vazio,

e o vazio intrínseco.

Penar de alma,

plenitude precoce

de um vácuo insolente,

Infinito mortal;

vendável como indulgência,

Analgésico anestesiante

Sabor desespero.

(março/2004)

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